Política e segurança
: o crescimento do crime organizado no México

  • Ricardo Manuel Escada Pereira Raposo Lopes (Aluno)

Tese do aluno

Resumo

A criminalização do comércio de drogas, tornando-a uma atividade ilícita, surgiu no início do século XX, liderada pelos Estados Unidos da América e ampliado, a nível internacional, através da Convenção Internacional do Ópio, de 1912. Cerca de cem anos mais tarde, o narcotráfico tornou-se numa atividade global que consegue fragilizar Estados, fortalecer criminosos que obtêm lucros avultadíssimos diariamente, criando problemas de segurança internacional. Perante este cenário, os Estados têm-se dividido sobre a melhor maneira de encarar esta ameaça, adotando diferentes políticas anti narcotráfico. O caso do México torna-se, neste contexto, evidente, dado o seu tradicional historial de violência e atividades ligadas ao narcotráfico, convertendo-se num excelente caso de estudo. Como compreender as políticas anti narcotráfico aplicadas neste país, ao longo de um século, e como atestar a sua eficácia?Para responder à questão anterior, é necessário entender que a disciplina de Relações Internacionais, área científica sobre a qual este trabalho incide, tem-se desenvolvido, em grande medida, através da criação de diferentes teorias explicativas da realidade, uma das quais a Escola de Copenhaga. Esta teoria construtivista, de um modo simples, afirma que, por nada ser exterior à interpretação humana, os atores políticos decidem encarar ou não um fenómeno como uma ameaça, o que faz com que, perante um certo fenómeno, haja uma enorme variedade de conceções a seu respeito. Além deste caráter subjetivo, esta linha de pensamento assume que as ameaças são tendencialmente regionais, uma vez que elas se manifestam mais rapidamente a curtas distâncias.Deste modo, este trabalho propõe-se a estudar, à luz da Escola de Copenhaga, a eficácia das políticas anti narcotráfico, no México, o que pressupõe igualmente a análise dos comportamentos dos seus vizinhos, mais concretamente dos EUA e da restante América Latina. O trabalho pretende concluir que o narcotráfico é uma ameaça construída, com significados distintos para os Estados intervenientes e que, por isso, não só não se obtém um consenso político, quanto à melhor forma de o combater, como também se exige cooperação e entendimento mútuos para atingir esse objetivo.
Data do prémio11 out. 2021
Idioma originalPortuguese
Instituição de premiação
  • Universidade Católica Portuguesa
SupervisorAntónio Fontes Ramos (Supervisor) & Raquel Duque (Co-Orientador)

Designação

  • Doutoramento em Ciência Política e Relações Internacionais: Segurança e Defesa

Citação

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