Introdução: As DAI afetam uma elevada percentagem de adultos, em especial idosos, uma vez que o envelhecimento aumenta o risco de danos na pele e é-lhes mais comum apresentarem incontinência urinária e fecal. A humidade, associada à incontinência, é um dos principais fatores de risco para as lesões da pele e consequente desenvolvimento de DAI. Esta condição tem um impacto negativo na qualidade de vida do paciente e aumenta os custos associados ao tratamento. A manutenção da integridade cutânea é uma das preocupações do enfermeiro. Um plano eficaz de cuidados inclui o diagnóstico diferencial, a prevenção (através da limpeza suave, hidratação e aplicação de cremes barreira), e o tratamento tópico (para remover substâncias irritantes da pele, eliminar a infeção e conter ou desviar a urina e fezes da pele). Dada a escassez de estudos em Portugal sobre a prevalência de DAI optou-se pela realização de um estudo deste âmbito. Objetivo: Estimar a prevalência e incidência de DAI no serviço de Medicina de um Hospital Central. Métodos: Foi efetuado um estudo epidemiológico retrospectivo, em contexto hospitalar, no serviço de internamento de Medicina Interna de um Hospital Central. A colheita de dados foi realizada através da consulta do sistema informático Glint com o preenchimento de um formulário elaborado para esse efeito. Foram colhidos os dados (3 meses) referentes aos meses de fevereiro, março e abril de 2015. Resultados: Analisámos os registos de 804 doentes. A amostra foi constituída, essencialmente por doentes envelhecidos com uma média de idades de 83 anos, em que 58% eram do sexo feminino e 42% do sexo masculino. 85,2% dos doentes eram dependentes em grau elevado para as AVD’s. Identificámos 88 doentes com DAI. 58% das DAI foram adquiridas após 24 horas de admissão e 42% foram adquiridas no domicílio, o que corresponde a incidência de 6,6% e a prevalência de 10,95%. Obtivemos uma amostra de 45 doentes com incontinência e uma taxa de prevalência de incontinência nos doentes com DAI de 51,1%. Encontramos ainda um total de 26 doentes incontinentes com DAI após 24h de internamento, o que perfaz uma taxa de incidência de DAI em incontinentes de 50,9%. O tempo médio de evolução das DAI adquiridas após 24 horas de admissão foi de 8,92 dias. As localizações anatómicas mais atingidas foram a região perineal (46,4%), sulco nadegueiro (28,4%), perianal (25%) e escrotal (24,3%). Conclusões: A DAI é uma lesão da pele comum em doentes com incontinência urinária e/ou fecal. As equipas de enfermagem devem ser formadas e treinadas na inspeção da pele perineal para a uniformização da avaliação da pele e para a correta classificação das DAI. É fundamental o registo do tipo de incontinência do doente, aquando da admissão, a fim de condicionar a implementação de medidas que possam evitar o desenvolvimento de DAI.
Data do prémio | 18 jul 2017 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | João Costa Amado (Supervisor) & Paulo Alves (Supervisor) |
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- Dermatite
- Prevenção
- Incontinência
- Prevalência
- Incidência
- Mestrado em Feridas e Viabilidade Tecidular
Prevalência de dermatite associada à incontinência
Silva, A. F. L. C. E. (Aluno). 18 jul 2017
Tese do aluno