Vivemos rodeados de tecnologia. No presente, a Internet é sustentáculo de uma sociedade onde a informação e a comunicação alastram às diversas vertentes da vida humana, transformando-as em pilares da organização política, económica, social e cultural. Num contexto de mudanças vertiginosas, o poder político tem procurado criar medidas e ações, nacionais e comunitárias, de incentivo às tecnologias da informação e da comunicação. Mas não só. A evolução acelerada dos media e o papel relevante assumido pela Internet trazem também repercussões para a educação e formação. A Escola do século XXI foi invadida por um conjunto de novos aprendentes e às suas bibliotecas chega um público heterogéneo que é preciso conhecer. Diversas são as questões que podem ser levantadas quando olhamos para as crianças e jovens que frequentam as nossas escolas. Não será importante sabermos em que medida a infoexclusão afeta os estudantes da Escola onde trabalhamos? Ou então compreendermos os medos que associam à Internet? E que fontes de saber intervêm na aprendizagem através da Internet? Ou ainda percebermos quais são as suas perceções relativamente às vantagens e perigos de utilização da Internet, aos direitos de autor ou ao tipo de mediação parental a que consideram estar sujeitos? Ao estudarmos a Internet e o uso que pode ser dado a este media nas nossas Escolas, é importante desmitificarmos receios e dúvidas, pormos de lado os preconceitos, analisando-o de forma objetiva e abrangente, sem nos restringirmos a uma visão parcelar dos problemas. A partir de um estudo de caso, realizado numa escola do concelho mais interior do distrito do Porto, procurou-se conhecer quais as perceções dos alunos sobre as práticas, potencialidades, medos e riscos associados à Internet. Os resultados obtidos com este estudo revelam aproximações com a realidade nacional no que toca à tendência para as crianças e jovens valorizarem a Internet e a aprendizagem que ela possibilita. Contudo, também se encontraram algumas especificidades, decorrentes da interioridade do concelho face à região em que se insere e de certas características sociológicas que seria importante explorar num futuro estudo. Nos documentos orientadores da vida escolar e no plano de ação da biblioteca, não pode ser ignorado que há alunos que não realizam a avaliação da informação encontrada na Internet, não identificam as referências bibliográficas que usam ou não respeitam os direitos de autor particularmente a nível das imagens e registos musicais. Não se pode descurar os casos dos que acedem a conteúdos que os pais se soubessem achariam impróprios e alteram o horário de repouso devido ao tempo que dedicam à Internet. A partir destas e de outras informações cria-se um ponto de partida para um trabalho mais aprofundado na capacitação das crianças e jovens para o uso seguro, crítico e responsável da Internet. Investir nas literacias é uma aposta a não perder. Elas são um fator decisivo para se transformar a informação em conhecimento e incrementar a riqueza económica de um país.
Data do prémio | 24 fev. 2012 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | José Reis Lagarto (Supervisor) |
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- Sociedade da informação
- Criança
- Internet
- Cultura internet
- Risco online
- Literacias
- Educação para os media
- Mestrado em Ciências da Informação e da Documentação
Prevenir contra o lobo mau ou despertar a bela adormecida: estudo de caso sobre as práticas e perceções associadas à internet entre os alunos do Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil
Santos, H. D. C. M. D. (Aluno). 24 fev. 2012
Tese do aluno