Resumo
Introdução: As funções exigidas ao professor, no atual contexto social e profissional, requerem capacidades pessoais, que não se podem reduzir somente à acumulação de saberes. O ensino é considerado como uma profissão de alta pressão, muito exigente sendo o burnout um síndrome muito comum. Os professores de alunos com necessidades educativas especiais estão sob uma sobrecarga psicológica ainda mais elevada, estando também mais sujeitos aostress e ao burnout. Objetivo: Avaliar níveis de stress e burnout em professores de alunos com necessidades educativas especiais e verificar em que medida as variáveis sociodemográficas e psicossociais têm efeito significativo nesses níveis. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, não experimental, transversal e numa lógica de análise descritivo-correlacional. A amostra é constituída por 90 professores, a trabalhar em Escolas Públicas do Centro do País. O instrumento de colheita de dados agrega questões de caracterização sociodemográfica, de caracterização profissional, de caracterização de saúde, uma escala de avaliação dos níveis de stress e burnout em docentes de CPB-R, e a escala de avaliação de autoeficácia SES. Para o tratamento estatístico foi utilizado o programa SPSS versão 19. Resultados: A amostra é maioritariamente feminina, casada, com uma média de idades de 44, 46 anos. Em termos profissionais são licenciados, sem especialização, com um tempo de serviço que oscila entre 7 e 26 anos e lecionam maioritariamente em escolas públicas com
vinculo QND. O perfil de saúde insere-se num padrão saudável, sem acontecimentos negativos e doenças crónicas. Existe contudo um nº elevado de professores em stress de papel, com sentimentos de falta de reconhecimento e realização e ainda, com muitas preocupações profissionais. Paralelamente, a avaliação da supervisão, das condições organizacionais, o esgotamento emocional, o burnout global e a despersonalização ainda que referidas são dimensões com níveis mais baixos. A autoperceção oscila entre o baixo e o
moderado para a maioria, com ênfase positivo para a eficácia perante as adversidades. Conclusão: As evidências, mostram que o stress e burnout dos professores é mais em indivíduos com mais idade, divorciados, com tempo de serviço entre 18 e 26 anos, a lecionar ao 3º ciclo, com um horário semanal de 22/25 horas, que vivenciaram nos últimos tempos acontecimentos negativos e com perceção de baixa eficácia. Inversamente, o género, o nº de filhos, as habilitações académicas, os cursos de especialização, a situação (vínculo)
STRESS E BURNOUT EM PROFESSORES DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS 18 profissional e o nº de alunos com necessidades educativas especiais, mostraram não exercer influencia no stress e burnout destes professores.
Data do prémio | 2013 |
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Idioma original | Portuguese |
Instituição de premiação |
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Supervisor | Rosa Maria Lopes Martins (Supervisor) & Sofia Margarida Guedes de Campos (Supervisor) |
Keywords
- Professores
- Necessidades Educativas especiais
- Stress
- Burnout
- Autoeficácia
- Saúde
Designação
- Mestrado em Ciências da Educação