Votar pode ser interpretado como um meio de expressar as nossas opiniões e crenças ao nosso governo, e uma oportunidade para sermos ouvidos e lutarmos pela mudança. O aumento contínuo da taxa de abstenção pode ser compreendido como uma crescente falta de interesse pelo ambiente político ou mesmo uma falta de confiança ou autoidentificação com as opções disponíveis. O objetivo deste estudo é perceber quais as variáveis socioeconómicas que contribuem para a taxa de abstenção portuguesa, considerando diferentes tipos de eleições, e diferenças a nível municipal. Para a análise empírica, foram utilizados dados do PORDATA a nível municipal e para as 8 eleições entre 2009 e 2019. Foi realizada uma regressão OLS com efeitos fixos no ano e nos municípios portugueses, para diferentes tipos de eleições, nomeadamente as eleições parlamentais, municipais, presidenciais e do parlamento europeu. Os resultados mostraram que os condutores da taxa de abstenção são diferentes por tipo de eleição. Para as eleições parlamentares, o aumento da percentagem de votos nos partidos políticos não centrais e o número de crimes registados conduzem a uma taxa de abstenção mais elevada, enquanto o aumento do rendimento médio mensal dos trabalhadores e da percentagem de idosos levam a uma menor taxa de abstenção. Curiosamente, porém, diferentes tipos de eleições proporcionam resultados diferentes. Para as eleições autárquicas, a diminuição da densidade populacional contribui para uma maior taxa de abstenção. Nas eleições presidenciais e europeias, diferentes variáveis tornaramse significativas na determinação da taxa de abstenção.
Data do prémio | 25 jan. 2023 |
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Idioma original | English |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Hugo Reis (Supervisor) |
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Voter abstention and the socioeconomic characteristics of its electorate: Portuguese case study
Carvalho, L. D. D. S. (Aluno). 25 jan. 2023
Tese do aluno